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terça-feira, 6 de dezembro de 2011

“A Pedagogia do Sofrimento”


“Considerai que é suma alegria, meus irmãos, quando passais por diversas provações, sabendo que a prova da vossa fé produz a paciência.”
Tiago 1.2-3

Muita gente questiona porque Deus permite o sofrimento. É uma boa pergunta. Ao longo da minha caminhada com Ele, e, certamente, depois de muitos sofrimentos, aprendi algumas verdades sobre sofrimento que desejo compartilhar com você.
Primeiro, devo esclarecer que a Bíblia nos conta a origem de todo sofrimento. Em Gênesis, o livro dos começos, Deus criou o homem e lhe supriu de tudo para sua felicidade física, emocional e espiritual. Mas também lhe deu o livre arbítrio, isto é, livre escolha. Deus desejava ser amado pelo homem, mas nenhum amor é verdadeiro se não houver escolha. Então, Deus deu a Adão e Eva, os primeiros humanos, a oportunidade de escolher entre servi-lo ou desobedecê-lo. Infelizmente fizeram a escolha errada, e desobedeceram. A partir daí, o sofrimento entrou na humanidade, não por castigo, mas porque o pecado nos afasta de Deus. Pecado é toda desobediência a Deus. A Bíblia diz: “Porque todos pecaram e foram destituídos (afastados) da glória de Deus.” (Rom. 3.23). O pecado é uma barreira de separação entre nós e Deus, o que nos torna vulneráveis a toda espécie de mal e sofrimento.
Entenda: Deus continua com suas mãos estendidas, nós é que saímos de debaixo delas quando pecamos, e perdemos a Sua proteção e amizade.
Desde então, a reaproximação de Deus exige muito sofrimento e morte. Morte significa separação, e pecado nos separa de Deus. A Bíblia diz:“... e o pecado, sendo consumado, gera a morte.” (Tiago 1.15)
O homem não é capaz de reaproximar-se por seus próprios esforços, por isso, Deus enviou-nos Jesus para morrer por nós e pagar nossa dívida de pecado. E Jesus experimentou... o sofrimento. A Bíblia diz: “Ainda que era Filho de Deus, aprendeu a obediência por aquilo que sofreu.” (Hebreus 5.8)
Jesus nos mostrou que o sofrimento pode ser bom para nos “ENSINAR” dentre muitas coisas, a obediência, a reaproximação de Deus e o aprofundamento de nossa amizade com Ele. A experiência do sofrimento também serve para nos mostrar a nossa impotência. Isso nos obriga a clamar das profundezas, mostra-nos a nossa necessidade de uma caminhada em profundidade.
Então, será que  precisamos passar pela experiência do sofrimento para clamarmos das profundezas ao nosso Deus? Será que a profundidade é filha do sofrimento? Bom seria que não esperássemos sofrer para desejarmos um relacionamento de profundidade com o nosso Senhor.
Uma vida cristã superficial é inútil diante da realidade do sofrimento. Por isso, as pessoas superficiais não entendem o sofrimento e acabam se afastando mais ainda de Deus, o que gera mais sofrimento, e assim por diante num ciclo vicioso. Nestes casos, o sofrimento tem total domínio sobre elas e as fazem perder a fé, ao invés de fortalecê-la.
No furacão da dor ou na alegria de tê-la vencido, a experiência de profundidade significa ser ouvido por Deus e também ouvi-lo, o que implica em um tipo de oração e conhecimento bíblico que ultrapassa o nível do ritual, do protocolo e da obrigação. Estes três últimos é que geram pessoas superficiais.
Portanto, entendemos que o sofrimento pode nos levar a reencontrar Deus através da oração, da obediência, do arrependimento, da humilhação e total dependência Dele, da rendição aos Seus propósitos, da reconciliação com Ele e conosco mesmo. Há uma proposta muito boa para nós no sofrimento, e isso depende exclusivamente de nós mesmos, pois ainda estamos debaixo do estigma da “escolha”.
Se você escolher a derrota, o sofrimento o derrotará. Se escolher se afastar ainda mais de Deus, assim será. Mas se escolher render-se a Deus, entregar-se na busca Dele, render-se ao Seu domínio e cuidado, o sofrimento pode ser uma verdadeira benção na sua vida, pode ser seu passaporte para uma intimidade profunda e maravilhosa com o Senhor.
Pense nisso...
Uma semana muito abençoada (dentro ou fora de sofrimento).