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domingo, 29 de maio de 2016

O HOMEM QUE NÃO ESQUECIA DATAS



Quem passasse por sua vida era lembrado.
Se ele fizesse uma viagem, voltaria com uma lembrança para os amigos.
Quem fizesse aniversário (de nascimento, casamento ou outra data) recebia uma saudação, muitas vezes em forma de telegrama e outras vezes na forma de um telefonema. Quem realizasse algo público, como uma festa ou um culto, sabia que ele apareceria para abraçar.
Os amigos, próximos ou distantes, eram sempre lembrados, infalivelmente. Os amigos esqueciam de suas próprias datas, mas ele jamais esquecia.
Perguntado, desconversava sobre suas razões e seus métodos.
Ele nunca disse quem pagava as despesas por tantos telegramas, geralmente detalhados.
Sua sucessão de gestos demonstrava paixão e perseverança, marcas dos verdadeiros vencedores.
Um dia ele ficou muito doente. Para ir a um encontro, a esposa teve que levá-lo. Os amigos perguntaram:
_ Quem paga os telegramas?
Ela respondeu:
_ Ele. Teve época em que a metade do que ele ganhava ia para os telegramas e telefonemas.
A paixão fazia com que se dedicasse aos amigos, pagando do próprio bolso o custo deste afeto.
Pouco depois, ele morreu.
No culto em gratidão por sua vida, a viúva levou a agenda onde ele anotava datas e endereços. Tinha muitas páginas sobrepostas, algumas já amarelas e soltas. Então, ela leu os nomes das pessoas para quem seu marido telefonaria naquele dia, se estivesse vivo.
Estava revelado o segredo. À paixão, seguiu-se a perseverança, feita de disciplina. Ele amava fazer o que fazia; por isto, organizava a sua vida para fazer o que amava fazer.
Viver com paixão saudável e perseverança disciplinada torna a vida boa, a nossa e a dos outros.

(Com gratidão pela vida de Sillas dos Santos Vieira [8/7/1946--24/2/2016], o homem que não esquecia datas)

Israel Belo de Azevedo

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